Uma ONG ambientalista brasileira está lançando uma campanha no mínimo inusitada. Para reduzir o desperdício de água, eles encorajam as pessoas a fazerem xixi durante o banho.
Pelas contas da SOS Mata Atlântica, dá para economizar em média 12 litros de água diários (o equivalente a uma descarga) ao adotar essa prática.
Claro, se levarmos em conta que o banho demore um minuto a mais, com um tempo extra para o xixi, e o chuveiro ficar ligado nesse período, lá se vão cerca de 9 litros de água a mais pelo ralo. Resultado final: economia de 3 litros.
Isso, entretanto, nem é tão importante. “O que a gente quer é provocar, é mexer com a consciência das pessoas”, afirma Malu Ribeiro, coordenadora da rede das águas da SOS Mata Atlântica.
A campanha tem um site, www.xixinobanho.org.br, em que podem ser encontrados muitos dados a respeito do desperdício de água. E, segundo Ribeiro, a resposta das pessoas tem se dado principalmente via Internet, levando em conta o lado humorístico da campanha. “Essa reação inicial das pessoas, ‘mas isso não é nojento?’, está sendo muito bacana”, diz.
O lado publicitário da campanha foi planejado pela agência F/Nazca e tem como “garoto-propaganda” um sapo. “Usamos o sapo porque ele é um bicho que só consegue viver onde tem água limpa. Se a água está contaminada, ele morre”, afirma Ribeiro.
A escolha mostra também a preocupação da ONG em não causar um problema de saúde pública. “A gente fez todas as perguntas possíveis aos especialistas, para ter a certeza de que não estaríamos expondo as pessoas a nenhum risco.”
Questões de saúde
Claro, em circunstâncias ideais, o melhor seria não ter de fazer xixi no banho para economizar água. O biomédico Roberto Figueiredo, mais conhecido como Dr. Bactéria, prefere separar as duas coisas.
“No meu entendimento, cada local tem a sua função. O chuveiro é um local para tomar banho, e a privada é um local que possui a sua função específica”, diz Figueiredo. “Não devemos misturar as coisas, pois o ato de urinar no piso do chuveiro pode acarretar, tendo em vista a possibilidade de um não-enxague adequado, em um crescimento de microrganismos, alguns que poderiam levar a possíveis aparecimentos de doenças de pele – principalmente porque, no momento do banho, a pele pode estar mais fragilizada.”
A temperatura do banho também influencia nisso. Com água mais quente, como a maioria das pessoas costuma tomar seu banho, a pele fica mais exposta.
“Como eu disse, queremos chamar a atenção para o problema, que ocorre porque usamos água tratada para dar descarga”, diz Ribeiro. “Claro que o ideal seria que houvesse um sistema nas casas em que a água usada no banho fosse redirecionada para dar a descarga. Mas como convencer as pessoas a fazerem uma reforma em sua casa e quebrarem os encanamentos para fazer algo assim? Estamos usando essa ideia bem-humorada para mostrar a situação.”
De todo modo, apesar dos problemas apontados por Figueiredo, os riscos são mínimos. E, para levá-lo a zero, a SOS Mata Atlântica faz recomendações adicionais. “É importante que o xixi aconteça no começo do banho, pois aí toda a água do banho fará o enxague adequado do piso e impedirá qualquer problema”, afirma Ribeiro.
“Outra coisa importante é que não estamos recomendando isso para banheiros públicos. Estamos falando das pessoas fazerem isso em sua própria casa, no seu próprio banheiro. É impossível uma pessoa ser contaminada pela sua própria urina”, destaca a ambientalista.
A campanha deve culminar com um evento, entre os dias 22 e 24 de maio, na marquise do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, sobre esse e outros temas relacionados à proteção ambiental.
Um comentário:
Juuh, o Blog taah lindoo!
Parabéns!!!
Bejão!!!
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